quarta-feira, 11 de maio de 2011

Jair Bolsonaro lança panfleto contra kits anti-homofobia que vão ser distribuídos pelo MEC


Panfleto do deputado Jair Bolsonaro contra o kit anti-homofobia do MEC Foto: Reprodução RIO - Depois de várias polêmicas travadas com o movimento gay, o deputado federal do Rio de Janeiro, Jair Bolsonaro (PP), colocou à disposição, em seu site, um panfleto em que critica o plano nacional que defende os direitos homossexuais. Logo na capa do manifesto, há a seguinte exclamação: “querem, na escola, transformar seu filho de 6 a 8 anos em um homossexual”. Segundo o deputado, já foram impressas 50 mil cópias do panfleto. Bolsonaro explica que metade delas foi distribuída para “assessores e pessoas próximas” ligadas a escolas públicas para que sejam repassadas a professores e pais de alunos.
- Não posso escrever essas coisas (homossexualidade) para crianças. Se o governo não tem esse cuidado, eu tenho - disse.
Bolsonaro diz ter gastado R$ 5.400 com a impressão dos panfletos. Ele informou que fez, nesta quarta-feira, uma consulta à Câmara para que a despesa seja incluída na sua verba de gabinete. Posteriormente, promete pedir reembolso:
- O governo está gastando milhões com esse kit gay, e ninguém questiona. Por que vão questionar então o meu pedido de reembolso? Se a Câmara disser não, acho que é censura, mas arco (com a despesa). Essa é a minha atividade parlamentar.
A apresentação da cartilha informa: “Ilustríssimos senhores e senhoras chefes de família, apresento alguns dos 180 itens deste que chamo Plano Nacional da Vergonha, onde meninos e meninas, alunos do 1º grau, serão emboscados por grupos homossexuais fundamentalistas, levando a mensagem de que ser gay ou lésbica é motivo de orgulho para a família brasileira”.
MEC vai distribuir kit anti-homofobia em 6.000 escolas públicas
O governo federal confirmou nesta quarta-feira que vai distribuir, já no segundo semestre, o kit escolar para combater a violência contra gays. Chamado de Escola sem Homofobia, o kit será enviado para 6.000 colégios públicos do país. Bolsonaro teme que este material estimule a homossexualidade e até a pedofilia.
O kit (e seu conteúdo) tem fomentado discussões acaloradas. Um dos vídeos - "Encontrando Bianca", que conta a história de uma transexual - vazou no Youtube e, com ele, porções de comentários contrários, que chegam à homofobia. O assunto também foi foco do Congresso Nacional, depois que deputados contrários ao material o apelidaram de "kit gay", argumentando que ele estimularia a prática homossexual entre os adolescentes.
O objetivo do kit do governo é ensinar os estudantes a aceitar as diferenças e evitar agressões e perseguições a colegas que assumem a homossexualidade. Dirigido a professores e alunos do ensino médio, em geral com 14 a 18 anos, o material contém vídeos, que tratam de transexualidade, bissexualidade e de namoro gay e lésbico.

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